Bienal do livro 2010

Ir num mega evento no penúltimo dia, ainda por cima num final de semana, não é uma atitude que mereça aplausos, a não ser pela coragem que só os mais debilóides serelepes aceitariam. Sabia que iria estar cheio pracaraio, mas não a ponto de ter que esperar o ônibus gratuito por "meros" 50 minutos em uma fila gigantemente desalinhada, mais ou menos o de sempre, cheio de pirralhos barulhentos com pais xaropetas, cujas idades mentais competem pau-a-pau com a dos seus respectivos filhos (daputa) famílias felizes. A fila andava, parecia que estávamos realmente avançando, mas acho que era só ilusão de óptica... nossa, mas que merda conversei bastante com as pessoas da fila em Portugal, "bicha" significa fila...ok, então fodam-se as bichas, trocamos informações úteis sobre a cultura Hindu-Jamaicana, e aproveitamos para tomar chá de Sã-tô-dái-me e fazer uma orgia com a terceira idade em público.
O ônibus, finalmente entrei no maldito ônibus! Esse veículo motorizado guiado por um mendigo uniformizado me levaria à banquinha de jornal gigante bienal. Claro, sempre tem aquelas pessoas fdp extremamente espertas que entram na porra do ônibus e começam a mexer em tudo (é que era um daqueles ônibus de fretamento, cheio de mequetrefes para alegrar o proletariado), aí um xarope desce o banco dele em cima de mim. "Com licença, você poderia colocar seu assento um pouco mais para frente? Você está esmagando meu pênis." Ok, não foram essas palavras, mas o tuletubbie entendeu.
Afinal, o lugar não era longe. Tive que esmurrar meia dúzia de boboalegre para poder passar pelo contrafluxo de animais pessoas. Olhei para a entrada. Não! De novo não, mais fila! tem bicha por todo lado... já estava com o bilhete único na mão pensando que estava no horário de pica pico na Sé (fórmula matemática da fila: crianças mimadas + idosos realmente chatos + pessoas reclamando com Deus = FILA).
Pagando meia entrada, pude gastar o resto do dinheiro em drogas A entrada foi triunfal, quase como se tocasse o céu (na verdade estava lotaaaado e fedorento, e ainda por cima, me roçaram. Era praticamente um ônibus gigante, só que com cheio de livros), muitas estandes, muitas mesmo, ainda por cima eram estandes grandes, grandes mesmo. Já mencionei que era um evento grande? Acho que todas as grandes editoras estavam presentes, como a Abriu, Grôbo, Paninini, FDP, Sexytante, etc. Era tanta coisa para se ver que você se perdia facilmente, principalmente os pirralhos e seus pais debilóides irresponsáveis aqueles que não sabiam ler e estavam naquele território cultural sabe-se lá por quê. No devido momento que escrevo essa cretinice não me vem à cabeça o motivo de tanta gente feia ter comparecido à Bienal, duvido que tanta gente leia tanto assim, ou mesmo que tanta gente saiba ler...
Não levei livro nenhum... só gastei a economia que ganho garimpando lixo ao restaurar minhas energias com um belo dum róti-dógui sem gosto. Dei mais uma volta e vi uma fila para ganhar autógrafos do Jovem Nerd, com Eduardo Sporro Spohr (autor de "A Batalha do Apocalipse), só não encarei porque já estava aporrinhado de filas. Já na saída percebi uma muvuca, típica dos brasileiros um pequeno movimento, me indaguei o por quê de tanta agitação por um algodão doce. Olhei com mais atenção e vi que era Ziraldo, autor do "Menino Malufinho", ou coisa que o valha. Então tá.
Na volta, uma fila de aproximadamente 22 ectares em busca do ônibus fretado-gratuito. Encarará-la bicha mais uma vez? É claro que não! Fui de táxi e gastei as economias que poderiam ser gastas em alimentação para minha família composta de 101 membros (sim, sou da máfia, famíglia dos Canelones).

Fim.

"Deveriam diversificar mais" - comentário de um xaropeta, que reclama do excesso de livros na Bienal do Livro.

autor cretino duma figa