O carnaval

Mais uma vez é carnaval. Uma festa que, no Brasil, começa cedo demais e acaba demasiadamente tarde demais e quando há uma pausa, já começou outra vez. Atrai massas de milhões de seres humanos, que deixam de lado seu senso crítico, moral e cerebral e que percorrem muitos milhares de quilômetros em pleno verão para ouvir música ruim, andar atrás de um caminhão, totalmente bêbadas e ensandecidas, pegam dst não se sabe de quem, tem filho não se sabe de quem, entre outras mazelas inquestionáveis.
As pessoas já entram no clima de festividade quando veem na televisão uma bela mulata seminua e coberta de glitter dançando voluptuosamente dentro da tela mágica. Logo fazem seus planos de viagens, e elaboram suas desculpas para saírem mais cedo do trabalho em plena sexta-feira; em seguida, podemos observar através do trânsito que essas pessoas são previsíveis e que também continuam morrendo em acidentes dentro de seus automóveis, bestialmente conduzidos.
Vemos certo glamour nos camarotes e áreas vips dos desfiles que, entre muitas pessoas famosas também estão pessoas que gastam muito dinheiro para ver o desfile longe do desfile?! Realmente vale a pena ficar em casa.
Diante de tanta folia, alegria, afobação e dst contagiantes, os grandes patrocinadores devem estar, literalmente, sambando de alegria: foram consumidos incontáveis litros de bebida alcoólica cobrados a valores essencialmente exorbitantes, roupas ridículas fizeram sucesso tão ridículo quanto, políticos ganharão apoio nas eleições (afinal, uma mão lava a outra), algumas mulheres injetadas de silicone aparecerão com um pouco menos de roupa em alguma revista de entretenimento masculino. Bem, pelo balanço geral, poderíamos calcular uma excelente movimentação de capital, de norte ao sul do País; capital este que poderia ser investido no desenvolvimento desta amada pátria mas que, infelizmente, se encontra na posse dos donos dessa grande festa privatizada citados anteriormente.
Talvez, e apenas talvez, esteja sendo muito duro com este festival e com os seres que a frequentam. Quiçá valha a pena viver um momento de loucura e repentinamente, fingir que nada aconteceu e voltar à vida robótica de sempre. Os brasileiros merecem um descanso para foliar, afinal, trabalhamos arduamente um ano inteiro para isso.

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